Friday, January 28, 2011

Ai João, João...


Ai João, João...
Em todas as aldeias, vilas e cidades existem figuras típicas...
Tu és sem dúvida uma das caricaturas mais conhecidas lá na nossa terra.
Mas sabes! Mereces destaque, pelo quanto calminho e ordeiro és...
Sempre que entro nessa terra querida e te vejo, me lembro que nem tudo é mau.
Lembro dos tempos em que Abragão era uma Aldeia adormecida. Hoje é uma vila
Pelo crescimento, pelo evoluir e desenvolvimento que se faz notar a cada dia que ai regresso.
Mas depois quando me cruzo contigo e te observo falando! OS tempos param, e eu volto ao
passado... -Lembro-me de ti ainda bem jovem e já bem delineado e com as mesmas maneiras e posturas. Não amigo! Em ti nada mudou. Estás mais maduro, mais rugoso de pele, mas a tua frescura e boa disposição! Isso nada alterou, continuas o mesmo, com os mesmos tiques, vícios, e claro conversador e crava como sempre... Lembro dos copos de bagaço que te pagavam para te ver beber de um só trago, como se de água se tratasse! Para de seguida te mandarem fazer coisas sem anexo, que fazias para gáudio dos restantes... Se calhar desrespeito! Mas tu não te queixaste nunca.
Continua Assim, amigo. Oxalá te veja ainda por longos anos vagueando na terra que nunca abandonaste... A nossa terra. +++ Abragão+++
Abençoado JOÂO ROLHA

Wednesday, December 29, 2010

A vida acontece




A vida acontece e minha terrinha cresce
Cresce em todos os sentidos.
Cresce para melhor
Ai como é bom ver-te assim
Fazes parte de mim com amor.
Abragão, para mim tu és;
O meu segredo guardado
Esconderijo sagrado
Onde me gosto de mostrar
És quem me viu nascer
Quem me sentiu crescer
És quem de mim tem saudade
Só tu sabes minha idade
Ser de ti, dá vaidade
Proclamamos-te com orgulho
Abragão da paciência
Abundancia resistencia
De gente humilde e fidalguia
Uns partiram, outros ficaram
Mas todos voltarão um dia...
A.F.

Sunday, July 25, 2010

Gentes da terra e não só!

amigona said...
Quem sabe se um dia não passo por aí?...Obrigada pela dica...
June 05, 2006

Responder a
Amigona;
Querida Amiga quem sabe você até já tenha visitado a minha terra!
Deixou este comentario em 2006, A minha intenção é essa mesmo.
Divulgar a minha terra pelo orgulho que sinto e pela beleza que ela tem...



Anonymous said...
deixa-me advinhar o restaurente é o solar do souto
July 16, 2007
R.:
Amigo incognito!
Tens razão, é mesmo o solar do Souto
já almocei varias vezes lá e só posso recomendar



Anonymous said...
Conheço bem e admiro a forma como o Dono do Solar do Souto trata os clientes. Seu nome é Silvares mas em espanha é conhecido pelo "Citano" nome este de autoria de Eugénio de Sola residente em S Sbastian.
Silvares força, pois mereçes.
Cumprimentos

Melo
September 10, 2007

R.:
Amigo Melo
As gentes da nossa terra deixam marcas por onde passam. Se positivas, quanto melhor...
GFostei do teu comentario, ao que agradeço com um forte abraço


Eduardo said...
Alexandre:
Quero dar-lhe os parabéns por ter Abragão no coração e por divulgar a jovem vila!
Alguns nomes são conhecidos, os locais também.
Com simpatia,
Eduardo Jorge Marques de Queirós Salcedas da Cunha
November 08, 2007
R.:
Amigo Eduardo
O Apelido Queirós! -Claro que se faz luz em mim quando o ouço.
Somos filhos da terra e consequentemente vamos colecionando histórias
ao longo de nossa curta passagem por este mundo imundo/ imenso.
Os meus registos alertam-me que os Queirós (de Abragão) Se dividem por gerações!
OS Pais que para mim em 1969, eram os adultos e idosos. Depois os filhos que tal como eu!
Crianças, Hoje devem andar na casa do 45 a 50 e uns trocados.! Gostava de saber onde o meu amigo se enquadra?
-Porque de uma coisa eu tenho a certeza! O meu Amigo todos os anos no verão, passa uns dias lá em Abragão! -Correto?



Paulo said...
Caro Alexandrè
É um prazer enorme ver escrever tão belas palavras sobre a nossa terra.
Um Abraço
Paulo, amigo do seu mano Antero
December 17, 2007

R.;
Ora aqui está alguem que me basta fechar os olhos e imaginar, para ver a cara...
Olá Paulo, Tudo bem?
Muito obrigado por se ter dado ao trabalho de visitar este meu blog.
Espero que em 2 meses mais coisa menos coisa a gente se veja por ai!!!
Como todos os anos.
Abração e cumprimentos á familia

luna64 said...

Não fui  lá...mas só de ler e ver as fotos viajei!
Como vale apena saber que ainda podemos encontrar
encantos assim que são tão raros neste mundo.
Beijo Alexandre
October 10, 2006
R.:
Olá amiga Luna64
Pode ter a certeza que eles ainda existem. Só é desejado que a evolução
e o crescimento industrial, não acabem por fazer desta Vila de Portugal
O mesmo que se tem vindo a verificar ao longo dos anos em outros lugares...


A. said...

Faz tanto tempo meu querido Sais.
Venho assim nesta correria que tem sido a minha vida...deixar-te um enorme abraço.
Espero que estejas bem alex.
beijinho da ana.
December 17, 2006
R.:
Querida Amiga Ana
Antes de mais, não te preocupes comigo, a vida é assim mesmo!
Uma correria.
Isto é só uma ideia! -Mas visto que lá em Abragão agora já existe
um lugar de represntaçoes( Palco a céu aberto)! Quem sabe seja eu somente a sonhar, Mas ver-te
a Bailar com um grupo de Bailarinas naquela terrinha distante, vai continuar um sonho claro. Mas
culturalmente era uma visão bem real e com certeza apetecivel para muita gente.
Quem sabe um dia ainda aconteça um festival como outros tantos existem por esse país fora.
Enfim.
Um beijo e muito muito sucesso é o que te desejo na tua carreira...

A Sonhadora said...
Amigo, tou a passar por cá, para te agradecer, por este ano que está a passar... com todas as tuas presenças no meu cantinho.Venho desejar-te um Natal cheio de paz,amor e harmonia e espero que o ano de 2007, te traga tudo o que tu mais desejas e que te dê mta força e e enrgia para continuares a nos presentear com as tuas coisas tão bonitas
Um abraço da sonhadora
December 21, 2006
R.:
Olá minha querida como está?
Muito obrigado pela tua visita tb aqui no meu cantinho.
O Natal de 2006 Passei realmente em Abragão, já fazia tempo que isso não acontecia.
è claro que continuarei a presentear-te a ti e todo mundo com as minhas coisinhas.
Beijinho e um muito obrigado pela tua visita aqui

maresia said...
fez-me lembrar a minha última visita à Quinta de Famalicão. Que mato... mas que frescura!
January 13, 2007
R.:
Querida Lina
Eu sei que tb tu tens nos teus arredores belas paisagens
Mas é claro que não vamos discutir, quem tem a melhor ou mais fresca natureza!
Beijinhos e tudo de bom para ti e os teus
Saudades


Anonymous said...
A Dreams já não está entre nós...
:(
May 18, 2007

R.:
Esta foi realmente uma noticia triste, afinal Deus levou para junto dele uma menina na flor da idade
tanto que ainda tinha para dar! Resta um livro que me iria ser entregue em 2006 caso estivesse em Portugal! mas estava de viagem a Alemanha. Que pena, Mais mais pena tive eu de saber que ela se tinha ido para sempre, Ela sabe quanto gosto dela.
Anonymous said...
pela pesquisa pelo grande nome que é ABRAGÃO, descobri o seu blog. diz algures que os pais nunca irão ver. vou ver se mostro ao Sr. Joaquim da Botica. Um Abraço. Paulo
July 16, 2007
R.
Amigo Paulo
é claro que hoje em dia tudo é possivel, sei que o meu pai pouco ou nada sabe de internet! Mas uma coisa tb sei; A minha mãe já é diferente. Ja a vi mexer no rato do computador e até fazer chat com os filhos na Alemanha.
O meu muito obrigado pelo empenho de dar a conhecer ao meu Querido pai, que até ele já circula pela net.
Abraço
******************************************************************************
Abragão, Vale uma visita...
E tenho a certeza que quem por lá passa, deixa um pouco de seu poerfume e leva tambem
o agradecimento de todos os que fazem daquela terra o seu lar...
Leva o meu abraço tambem e o muito obrigado
Sempre atento
Alexndre Ferreira

Sunday, July 22, 2007

Novidades da terrinha? ---Sempre


Realmente não os vi por lá...
Mas que eles existem! Lá isso existem
E fazem parte da natureza...
ABRAGÃO

Foi numa vila assim
Feita de propósito para mim
Que um dia eu quis nascer
Tem o céu mais estrelado
Dando à vila
Um tecto encantado
Foi uma vila assim
Que me viu crescer
Sei que escolhi bem
Uma vila como a minha
Mais ninguém tem
Foi em Abragão
Aldeia desde então
Onde cresci e aprendi a viver
Sai cedo eu sei
Jamais esquecerei
Que voltar aqui é um prazer
Pois foi em Ribaçais
Freguesia linda demais
Que me acolheu de braços abertos
Nasceu comigo esta paixão
Por ti Abragão
Sempre voltarei
E amarei te ver crescer
Sentir o meu povo
Que sempre de novo
Cá quer voltar tal como eu
E fica espetado
No céu mais estrelado
Que este Portugal pode ter
Desde a Igreja ao rio
Do ribeiro a Louredo
Ou do picoto até Agrela
Qualquer lugar é lindo
Temos o souto que é demais
Com seu jardim relvado
Parque infantil criado
Para os meninos da vila
Que se deslocam a Ribaçais
Tem o Vilar como mirante
Para o rio repousante
Onde em fins de tarde dá gosto estar
De todo o lado regressa o emigrado
Nos meses de festa para assistir
Seja no Natal, Páscoa ou são Pedro
Senhora da Saúde ou só descansar
Com saudade e regresso marcado
Deixam a terra à espera
Entregue aos que cá ficam
E dela fazem o seu lar
Cuidando a preceito e com respeito
De sentinela, e sempre a crescer
No novo ano mostram orgulhosos
Que nesta vila é bom viver.
Autor: Alexandre Ferreira

Tuesday, September 19, 2006

Ribeiro vadio e selvagem










Onde o silênciose se faz sentir
num passeio agreste mas confortante
onde me sinto na natureza sem ter de correr mundos...
Vá lá aventura-te! Pega em calçado adequado, calça de ganga
braços cobertos e chapeu. Maquinha fotografica e um copo
ou entõ uma garrafa de água! E quiça uma mochila com comida
Desce até mouras, e depois tenta pecorrer este ribeirinho de
aguas limpidas até à sua nascete, nunca mais te vais esquecer
porque vais encontrar espaços selvagens e tão lindos que
te irás sentir tentado a repetir a experiência.
Não te esqueças somente de uma coisa... Não deixes lixo
pelo percurso para que continue um lugar de lazer
e não numa lixeira.
Quando o fizeres conta-me aqui depois a tua experiêcia
e quem sabe queiras aqui postar uma foto tirada lá.
Aceito o desafio.
Se não te chegar então ainda te sobre o rio Tâmega
que não é menos romantico nas suas margens.
Mais abaixo neste blog encontras o restaurante ideal
e não é fazer publicidade porque o dono nem sabe
que o aqui descrevi.
Bons passeios.
no proximo poste talvez fale de um passeio ao picoto.




Monday, September 11, 2006

Encontros imediatos

Encontros imediatos 09 de Setembro de 2006-09-10

Mais um dia chega ao fim, mais uma noite em beleza. Ainda estou na ressaca, tanta foi a informação recolhida acerca dos meus tempos de criança, e não só.
A visita que efectuei à minha tia foi já por si muito boa, adorei saber que já está em melhores condições, já anda, já fala e até já sorri. Custa saber que ainda existem pessoas que de tão agarradas ao dinheiro, conseguem desprezar o que de mais importante há na curta vida de cada um.
Dói ouvir o próprio filho comentar que o pai evita tudo que custe dinheiro e que seja em prol da saúde da mulher que sempre zelou pelo bem-estar dele.
Mas eu adorei vê-la e fiz o que me competia, que era no curto espaço de tempo que lá estive em dar mimos, acariciar uma pessoa chegada que sempre foi amiga, que agora num estado de doença prolongada, se esforça por não desistir da vida, dos filhos e claro de um marido que se calhar nem merecia seu esforço. Mas falando de coisas mais agradáveis, o tio Humberto e a tia Aurora também lá estavam e assim foi uma maneira de rever pessoas que já não via faz tempo. Estão no Brasil desde há muitos anos, mas sempre que podem fazem questão de regressar às origens. Outros tios existem e nas mesmas condições, e acabaram por nunca regressar. É pena, se me lembro de ouvir falar de um tio que na noite em que partiu para o Brasil, acabou por não conhecer a criança que se esforçava por nascer e quem sabe até se tivesse adiantado ligeiramente, derivado ao estado de tristeza da mãe que se despedia de um cunhado e que de certa forma as incertezas nela pairavam sobre quando seria a próxima vez que se viam.
Não, nunca mais aconteceu. Quarenta e oito anos e ele nunca mais voltou. Virou costas a quem lhe fez o favor de ajudar para que tivesse hipóteses de viajar. Estou a falar do tio Davide, hoje o nome dele calhou em conversa por varias vezes, estranhamente. Outros nomes de Emigrantes da família foram falados, mas este havia de ser motivo de conversa ainda antes de me deitar… Ninguém me fazia prever que a certa altura da noite ainda me ia encontrar com o afilhado! Foi o caso, e ninguém diga que o mundo não é pequeno! O dia chegava ao seu terminus, e mais uma vez o jantar seria na varanda, o calor era muito e como sempre nesses dias o jantar tinha de ser a céu aberto. Perdi a oportunidade de ir tirar umas fotos tão desejadas do ribeiro da terra. Lugar, esse que de tão lindo como selvagem é para mim sempre um lugar de encanto, claro que ferias são ferias, e vai-se adiando
até que depois derivado de conversas prolongadas, o tempo voa e sempre fica algo para outro dia.
O Benfica perdia por um a zero e o intervalo chegou, desloquei-me ao ciberespaço para gastar os últimos créditos, aconteceu o inesperado, a imagem do programa que usava foi-se, mas a musica continuava nos phones! A pessoa ao meu lado teclava freneticamente ao mesmo tempo que via um filme! Eu como sou muito tímido! (irónico) comentei se era normal? Estranhamente ele virou-se para mim e falou num tom estrangeirado, não percebi se estava a falar somente brasileiro ou se havia ainda algo português aprendido na escola e mal pronunciado…
Dizia que não sabia ao certo se era normal, mas que a parte de chat, sim esse desligava mal o dinheiro acabasse. Hum você é de onde? Não é português? Lá estava a minha curiosidade a funcionar… Sim, sou português, mas cresci em paris, meus pais são de cá, são de Abragão.
Ai é! Retorqui eu… É que eu sou de Abragão mas a tua cara não diz nada!
Ah sim, sou da família dos, Cabral! Conheces? Cabral! Ah sim não estou muito a ver agora quem são, mas sei que existe uma família Cabral cá na vila… Pois é eu sou filho, estou cá de ferias e estou caqui com um primo, o Davide! Ai, Davide? Mas eu tenho um primo com esse nome! Agora estava mesmo confuso, Será que estamos a falar da mesma pessoa? Estávamos mesmo, as indicações eram mais que precisas, estávamos mesmo a constatar que afinal tínhamos um primo comum… Engraçado como o mundo é pequeno! Diz o moço com ar de espantado e sorrindo imenso.
Não demorou nada e conversávamos sobre a terra, sobre os conhecimentos que restavam de uma terra que afinal nos viu nascer a ambos. Trocamos o e-mail, dei-lhe o meu blog a conhecer, a conversa era agora como se nós nos conhecesse-mos desde sempre. Os minutos passavam, até que uma cara surgiu por cima de um dos monitores! Meu Deus, era mesmo ele, a cara chapada dos Carmas! (era assim que designavam os membros daquela família)… Olá primo, tudo bem? O Davide hesitou, olhou-me mais profundamente e após alguns segundos de espanto, respondeu. Olá, mas tu és o filho do tio Joaquim? Sim, sou o Alexandre. Agora já o Artur Pedro sorria, confirmava-se que éramos mesmo da família e que as surpresas surgiam e prometiam não acabar por ali! Olha, diz o Davide… Estou ali fora na esplanada com uns amigos, querem vir para ao pé de nós? Porque não! Comentamos quase ao mesmo tempo, sorrindo. ok, venham lá e já agora o que querem beber? Panaschê para mim sff. O Artur quis super-bock. Saímos para a esplanada, qual o meu espanto! Era mesmo o Mário Geraldes! (Chamava-lhe o Marinho dos Vales) É filho do senhor arquitecto. Havia uma diferença de classes na época em que éramos miúdos. Mas o vinte e cinco de Abril mudou algumas coisas, agora já não sentia aquela diferença. Agora tratava-o por tu e nem sequer sentia complexos! Estava acompanhado da esposa e um outro homem fazia parte daquela ronda. Não me era estranho, mas mentia ao dizer que sei a que família pertence…não me descosi! Pedi licença e sentei-me juntamente com eles. Após as apresentações começou então uma conversa animada sobre os velhos tempos. Acertamos contas com as respectivas idades e o que fazíamos actualmente. Desabrochou-se então uma conversa animada sobre costumes e gentes caricatas da terra. Falamos de vários seres que marcavam épocas e costumes, de seres que por motivos vários se tornaram caricaturas da vila. A cada novo nome que surgia, eram-lhe aplicados os dotes de deficiência mental e claro um a gargalhada geral lhes seguia.
Então cada um relembrava peripécias dos mesmos, eram mais que muitos no final, desde o António malga ao Zé macieira, passando por o Zé Sofia, João rolha, Chico da boina, e outros que também tinham a sua pancada
Fiquei admirado com o que ainda lembrava o Artur! Ele que tinha saído do pais com dois anos e meio, e mesmo assim sabia parte dos nomes que dos indivíduos que mencionamos. O primo Davide que já sendo um pouco mais velho que eu, e com um conhecimento de mundos por onde viajou, hoje estava tal como resto do grupo, muito virado para o antigamente… Ninguém melhor que ele para confirmar as historias que no dia anterior minha mãe houvera contado. Falou da época em que se envergonhava do nome que era único na ainda aldeia de Abragão, falou do padrinho que já estava à longos anos no Brasil, já nem sabia ao certo quantos…Relembrei então que já eram quarenta e oito, e que o sabia muito bem porque tinha partido na noite em que eu nasci. Contou que tinha falado com uma mulher que se dizia estar apaixonada por ele e que ficou os anos todos à espera que regressasse! Ele tinha-lhe prometido casamento e até um anel lhe tinha dado, anel que guardou todos estes anos. Faleceu à relativamente pouco tempo, mostrou-lhe a rocha onde estiveram encostados a namorar na noite da partida e que foi mesmo o pai dele, do Davide que se teve de deslocar a Moiras para o lembrar que já devia estar a caminho… o que acabou por confirmar as historias que já ouvi vezes sem conta de minha família a quando de falar sobre o filho maroto, irmão de meu pai.
A cerveja na mesa quase aquecia, era de tal forma animada aquela conversa. Sentia-me muito bem, já estava à dias na minha terra e constatei que já nem conhecia assim tanta gente! Não fossem os familiares e acho que partia sem uma conversa com pessoas da terra.
Os rostos mudam, os anos não deixam ninguém para trás, Assim mudadas as feições, juntando a quantidade de gente que já não existe por motivos vários, desde do falecimento ao migrar para cidades vizinhas e até mesmo estrangeiro, a verdade é que o numero de caras conhecidas reduziu-se bastante.
Mas agora eu estava de novo integrado e a falar com gentes que conhecia e que de alguma maneira faziam parte também daquela época dourada de Abragão, época onde eu ainda fazia parte do elenco de jovens que ali nasceram e a escola frequentaram. Fiquei a saber muitas novidades sobre aquela gente, no que se tornaram, onde estavam e o que faziam actualmente.
Se uns saíram para fora, outros que outrora só usavam a vila para ferias, acabaram por vir morar para cá. Era o caso do Mário, trabalha agora na Cambra do marco de Canavezes. A esposa, fiquei sem saber ao certo o que faz! Mas deduzo que deve ser ou professora ou então medica… Mas um dia ainda saberei, agora que já nos conhecemos minimamente. Uma coisa sei. Apaixonou-se por esta terra. Sei que morava algures à beira-mar e que não tem qualquer problema e viver nesta vila onde o tempo parou para bem de quem aqui habita. A indústria ainda não ganhou contornos que assustem e assim a vila do silêncio, continua adormecida para quem passa mas muito viva para quem cá vive e desfruta de um ambiente excelente onde as pessoas se fazem cada vez mais jovens… Onde vale a pena viver…
É pura nostalgia os momentos curtos que aqui se vivem junto dos que cá vivem e contam da evolução que existindo, se faz tão disfarçadamente que só mesmo quem vem de fora é capaz de se aperceber no total.
Mais uma vez tenho de partir, e mais uma vez a saudade me invade, mais uma vez fico embriagado com o que vi, com o que ouvi e vivi.
Mais uma amizade nova e outras tantas refrescadas com encontros que chamaria de imediatos.
A maquina fotográfica não saiu do estojo, mas na memoria ficam imagens reais de um mundo á parte onde me insiro como filho e fan de paisagens
Lindas, de um rio que silenciosamente segue seu percurso sem grandes ondulações, de casas que me foram e são familiares e de outras tantas que já se parecendo com casas de cidade, deixam adivinhar uma grande comodidade e conforto e com umas vistas que só vendo com os próprios olhos se pode saber do que estou a falar.
Aquele ribeiro que sempre me fascinou, esta com um aspecto tão selvagem que um passeio pelas levadas e margens do mesmo subindo-o desde poente a nascente se vai encontrar zonas onde o convite a dar um mergulho em aguas límpidas e frescas são como uma voz do alem a chamar… Temos que resistir! É simplesmente lindo de ver, de esquecer o tumulto das cidades e imaginar-se numa floresta virgem onde se consegue imaginar que aves fazem ninho despreocupadas dos perigos e onde passarinhos recém-nascidos se devem imaginar no céu quando abrem pela primeira vez seus olhitos lindos e ciosos de viver aventuras no paraíso.
É estranho como ainda é possível num pais como o nosso onde as pessoas nem sempre são cuidadosas com a natureza, ainda se consegue formar algo que ronda a perfeição no nosso imaginário de como devia ser à mais de cem nãos atrás. Porque é a sensação que fico quando por ali passeio… Parece que recuei no tempo e espaço para voltar à natureza.
Junto todo aquele encanto e espanto num molho só, para logo de seguida sentir o imenso orgulho de estar a falar somente da minha terra.
De ABRAGÃO. Somente doze quilómetros de Penafiel separam a Europa do paraíso, o meu paraíso. Quem sabe um dia a saudade não me invada de tal forma que me sinta obrigado a regressar às raízes, à terra que um dia me viu nascer e me acolheu cravando-me suas marcas na minha mente e quem tanto devo por manter sempre as portas abertas aos filhos que um dia partiram e tanto se esforça por manter viva dentro de cada um de nós aquela imagem de terra-mãe.

Thursday, August 03, 2006

NOTICIA MÁ

ESTOU DESOLADO
O FIGO JA VOA BEM ALTO, JA SABE O QUE É SER LIVRE
MESMO NUNCA ESTANDO PRESO DE VERDADE!!!
ACABOU POR NÃO OBTAR PELA COMPANHIA DOS HUMANOS
APÓS TER DADO UM GIRO PELO NOSSO PAÍS, ACABOU SABENDO QUE NÃO ERA SEU
MUNDO... ENTRO EM DEPRESSÃO RECUSANDO-SE A COMER, COISA QUE ESTRANHAMENTE NUNCA FEZ POR SI PROPRIO TENDO JA UMAS OITO SEMANAS!
JÁ SINTO A FALTA DELE, DAQUELES OLHITOS VIVOS E LINDOS DO ACENAR COM A CABEÇA
DOS SALTITOS QUE DAVA E DE PEQUENOS VOOS QUE JA SABIA FAZER...
ADEUS MEU AMIGO
NESTE MOMENTO NÃO QUERO ADIANTAR MAIS POIS ESTOU COMO DEVES CALCULAR!
PEÇO DESCULPA DE NÃO TER TIDO O JEITO E O ENGENHO PARA TE CONVENCER A VIVER...
FICAM OS BONS MOMENTOS CONTIGO VIVIDOS...

DESCULPA